Aécio Neves lidera corrida por vaga mineira ao Senado – Foto montagem
Com o seu nome incluído pela primeira vez desde o início da série histórica de pesquisas realizadas pelo Instituto DATATEMPO, o ex-governador de Minas e atual deputado federal Aécio Neves (PSDB) desponta na corrida eleitoral para o Senado. De acordo com o último levantamento, ele tem 24,8% das intenções de voto no cenário estimulado, quando os nomes são apresentados ao eleitor.
O deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC) aparece em segundo lugar, com 11,6%, seguido de um bloco com quatro pré-candidatos empatados tecnicamente na terceira posição, mas com longa distância em relação aos dois primeiros colocados. São eles: Sara Azevedo (PSOL), com 5,4%; Marcelo Álvaro Antônio (PL), com 4,8%; Alexandre Silveira (PSD), com 4,2%, e Marcelo Aro (PP), com 1,8%.
A pesquisa mostra ainda que 20% dos eleitores não responderam ou não souberam dizer em quem votariam. Brancos, nulos e entrevistados que disseram que não votariam em ninguém somam 27,3%.
Aécio Neves tem dito que pretende concorrer à reeleição na Câmara dos Deputados, mas pondera que nenhum caminho está descartado, inclusive concorrer à vaga ao Senado, cargo que já ocupou entre 2011 e 2018. “Hoje, eu sou deputado federal, estou feliz com o meu papel na Câmara dos Deputados. Mas a política muda. Vamos ver o que vai acontecer um pouco mais adiante”, respondeu ele sobre a candidatura ao Senado ao ser questionado pela reportagem
“A pesquisa mostra uma margem interessante para Aécio Neves em relação aos concorrentes diretos, e o levantamento atual pode mudar o quadro da disputa, o colocando no caminho do Senado Federal ao invés da Câmara dos Deputados. É uma oportunidade que não se desperdiça e uma chance para Aécio voltar ao protagonismo da política nacional”, avalia a cientista social e analista do Instituto DATATEMPO, Bruna Assis.
Tucanos
Antes aliado do governador Romeu Zema (Novo), o PSDB estuda lançar Marcos Pestana como pré-candidato ao governo de Minas. Dessa forma, Aécio teria caminho livre para ser o senador na chapa caso decida se candidatar. Com o percentual de votos que apresenta para a disputa do Senado, ele pode, inclusive, impulsionar a campanha do candidato a governador de seu partido.
Já o segundo colocado, Cleitinho Azevedo, trabalha com três hipóteses: ser o candidato ao Senado na chapa de Zema, lançar uma candidatura avulsa, já que o PSC estará na coligação do governador, ou tentar se eleger como deputado federal.
Alexandre Silveira (PSD), Marcelo Álvaro Antônio e Marcelo Aro (PP), que estão tecnicamente empatados em terceiro lugar, dentro da margem de erro, de 2,19 pontos percentuais, estudam estratégias para melhorar as performances, mas têm interesses diferentes. Os dois primeiros irão, de fato, disputar a vaga no Senado, mas o futuro de Aro ainda não está definido. Há quem o considere favorito para a vaga de vice na chapa de Zema, mas o martelo ainda não foi batido. Apesar de preferir esse cargo, o Senado não está descartado: em entrevistas recentes, Aro declarou que está à disposição para ser candidato ao cargo que o governador achar melhor.
A pesquisa DATATEMPO, contratada pela Sempre Editora, realizou 2.000 entrevistas domiciliares entre os dias 27 de maio a 1º de junho. A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-00448/2022 e no TER sob o número MG-05705/2022.
Espontânea
Ao contrário da disputa para governador, onde tanto Zema (23,1%) quanto Kalil (9,3%) são lembrados por parte do eleitorado, no caso do cenário espontâneo ao Senado, nenhum nome prevalece. Os mais citados são justamente os de Cleitinho Azevedo, com 1,5% das menções, e de Aécio Neves, com 1,3%. Alexandre Silveira aparece em seguida, com 0,5% das menções.
Vereadores de Belo Horizonte, Duda Salabert (PDT) e Nikolas Ferreira (PL) são citados por 0,3% e por 0,2% dos entrevistados, respectivamente. Outros nomes somaram 1,4%. Não souberam ou não responderam são 78,5%. Já 13,9% disseram que anulariam o voto, votariam em branco ou em ninguém.
“Os baixos percentuais na indicação espontânea de nomes indicam que, hoje, a grande maioria dos mineiros não associa a disputa pela vaga ao Senado a um rosto, sinalizando um alto desconhecimento dos candidatos ou de suas candidaturas. Quando estimulado o cenário, Aécio desponta como o nome mais conhecido e com o maior percentual de intenção de votos, o que o dá certo conforto na corrida”, afirma Bruna Assis.
Reginaldo Lopes (PT), Carlos Viana (PL), Rodrigo Pacheco (PSD), Alexandre Kalil (PSD), Antonio Anastasia e “candidato do PT” (no caso, nenhum nome definido) também foram citados. Viana e Kalil são candidatos a governador e não ao Senado. Lopes será candidato a deputado federal e Pacheco e Anastasia não disputarão a eleição. Por fim, o PT não terá candidato a senador.
Por O Tempo
